Como a dependência química é vista pela sociedade é um tema a ser aprofundado, pois, afeta direta ou indiretamente a todos nós
Pois, a sociedade na qual estamos inseridos reforça muitos comportamentos que resultam para muitas pessoas na busca por meios de alívio, afinal, o imediatismo, a cobrança por sucesso e o excesso de informações para o qual somos expostos a cada segundo, geram um peso gigantesco para muitos.
Somos o primeiro país com a maior taxa de pessoas com ansiedade, além, dos crescentes casos de depressão, a dependência digital também é outro fator a ser considerado.
Dessa maneira, nos encontramos diante de desafios que nos atravessam, estando presente em todas as camadas sociais, pois, a droga é acessível a todos e usada como fuga dos problemas, problemas esses que são muitas vezes gerados pela própria sociedade.
Entenda neste artigo como a sociedade influência na dependência química.
A busca por destaque
Nossa sociedade está obcecada pelo destaque, em sempre “ser o primeiro”, pois, o segundo lugar é desprezado.
O que gera uma busca constante por produtividade, algo que não é prejudicial quando está na medida certa, contudo, quando se passa da linha do limite, então, algo está errado.
Dessa maneira, a pressão é insuportável e o que deveria ser uma motivação, gera angústia, afinal, para uma pessoa se destacar, muitas outras terão de lidar com a frustração de não ser o primeiro.
Esse estímulo social pela busca do primeiro lugar em tudo, resultado em uma vida tensa, e diante das frustrações, muitos não sabem como lidar e acabam por buscar um alívio nas drogas para as questões com as quais não sabem lidar.
Porém, essa busca por drogas, ocasiona para muitos na dependência química, dessa maneira, a própria pressão exercida pela sociedade em ser o melhor, favorece para o crescimento da dependência química.
Viver em busca por resultados
Na sociedade na qual vivemos existe uma supervalorização do resultado, as pessoas estão em constante busca por aquilo que ainda não possuem, como um vazio a ser sempre preenchido por algo distante, dessa maneira, quanto mais se tem, mais se deseja ter.
Essa busca inalcançável favorece a busca por aceitação por um grupo estimado do sujeito, assim como favorece seu declínio por conta do prazer imediato.
Afinal, encontramos esse prazer imediato nos feeds das redes sociais, nos fast foods, no WhatsApp, que permite nos comunicarmos com outras pessoas de maneira instantânea e não mais tendo de aguardar horas, dias ou até meses para estabelecermos um contato.
Todo essa pressa desenfreada que vivemos, nos leva ao vício, seja a dependência química, ou mesmo a dependência as tecnologias, assim como a tudo mais que proporcione essa satisfação imediata.
Juntamente com essa busca por resultados ocorre a negação de sua realidade, sendo uma ação comum da vida do dependente químico, a negação que de fato existe um problema, e dessa maneira, mesmo que tudo a sua volta esteja desmoronando, mesmo assim, a negação alimenta o vício.
Dessa forma, o trabalho, a família, a vida social, tudo vai se perdendo por conta da dependência química, até porque essa traz alívio sobre a tensão advinda das inúmeras cobranças por resultado, tanto da autocobrança, quanto a cobrança feita pela sociedade.
Ausência de relações profundas
Vivemos em uma sociedade em rápida mudança; portanto, os relacionamentos são raramente enfatizados.
Em uma sociedade que se concentra em resultados e não em processos, as pessoas tendem a ver os outros como objetos, um meio pelo qual podem obter aquilo que desejam, essa ação ocasiona na superficialidade das relações.
Em nossa sociedade, as relações entre certas pessoas parecem ter adquirido as características de itens descartáveis. As pessoas querem que os relacionamentos corram bem, mas se não derem certo, são deixados de lado.
Dessa forma, quando as relações com as pessoas se tornam suspeitas, as relações com objetos ou eventos tornam-se mais atraentes.
A correria na busca desenfreada por sucesso e resultados imediatos impedem conversas profundas, pois, todas as pessoas dentro da sociedade do consumo, não entendem a importância da construção de relações profundas, as quais são essenciais para uma vida equilibrada e saudável emocionalmente.
Diante desse vazio de relações, as pessoas buscam outros meios de preencher essa ausência de relacionamentos, ou se entregam aos errados, por consequência, os vícios surgem, seja esse a dependência química, a dependência ao álcool, ao trabalho, a internet, ou qualquer outro meio de se ausentar de sua realidade e proporcionar prazer imediato.
Tratar as pessoas como objetos descartáveis
Outro desafio que enfrentamos na sociedade é a facilidade que ela possui de tratar as pessoas como objetos descartáveis, um exemplo disso, são as pessoas com idade avançada, os quais sofrem preconceito por terem vivido mais, por isso, a busca desenfreada pela juventude eterna.
Para quem vive à margem da sociedade sabe bem o que significa ser ignorado, pois, tendemos a evitar o que nos assusta, dessa maneira, os jovens menos favorecidos, criados em lares instáveis e violentos, crescem sem grandes perspectivas de futuro.
Diante dessa dura realidade, muitos encontram nas drogas a resposta para uma fuga de suas realidades, como um alívio temporário do qual nunca mais conseguem sair.
Por este motivo, muitos jovens e adultos iniciam na dependência química, muitos pais ao se verem desempregados se lançam nos vícios, muitos jovens sem ter esperança nos estudos e sem apoio, também se lançam no mundo das drogas.
Contudo, mesmo diante dessa realidade, muitos conseguem superar a dependência química e vencer todos os obstáculos e assim escrevem uma nova história em suas vidas.
Afinal, as marcas do seu passado, não precisam definir seu futuro!
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